Esse famoso documento foi assinado pelas duas casas do Parlamento inglês e por representantes enviados pela Escócia durante a Guerra Civil Inglesa. Em troca do apoio militar dos escoceses, o Parlamento prometeu preservar a Igreja da Escócia (presbiteriana) e promover uma profunda reforma na Igreja da Inglaterra em seu culto, doutrina e forma de governo. A assinatura do Pacto teve importantes consequências para a Assembleia de Westminster e para a derrota do rei Carlos I.
Nós, Nobres, Barões, Cavaleiros, Cidadãos, Ministros do Evangelho e Plebeus de todos os tipos, nos reinos da Escócia, da Inglaterra e da Irlanda, pela providência de Deus vivendo sob um rei, e sendo de uma religião reformada, tendo diante de nossos olhos a glória de Deus e o progresso do reino de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, a honra e felicidade da majestade do Rei e da sua posteridade, e a verdadeira liberdade, segurança e paz pública dos reinos, nas quais está incluída a condição particular de cada um, e trazendo à mente os traiçoeiros e sangrentos complôs, conspirações, atentados e práticas dos inimigos de Deus contra a verdadeira religião e aqueles que a professam em todos os lugares, especialmente nestes três reinos, desde a reforma da religião, e o quanto a sua fúria, poder e presunção ultimamente e neste tempo aumentaram e são exercidos, dos quais o estado deplorável da igreja e do reino da Irlanda, a situação infeliz da igreja e do reino da Inglaterra e o estado perigoso da igreja e do reino da Escócia são testemunhos presentes e públicos, nós agora finalmente (depois de outros meios de súplica, queixa, protesto e sofrimentos), para a preservação de nós mesmos e de nossa religião da total ruína e destruição, de acordo com a prática recomendável destes reinos em ocasiões anteriores, e o exemplo do povo de Deus em outras nações, após deliberação amadurecida, resolvemos e determinamos ingressar em uma Liga e Pacto mútuo e solene, o qual todos nós subscrevemos, e cada um de nós por si mesmo, com nossas mãos levantadas ao Deus Altíssimo, juramos:
I. Que nós iremos, de modo sincero, real e constante, pela graça de Deus, nos esforçar, em nossos vários lugares e chamados, pela preservação da religião reformada na Igreja da Escócia, na doutrina, culto, disciplina e governo, contra os nossos inimigos comuns; pela reforma da religião nos reinos da Inglaterra e da Irlanda, na doutrina, culto, disciplina e governo, de acordo com a palavra de Deus e o exemplo das melhores igrejas reformadas, e nos esforçaremos para trazer as igrejas de Deus nos três reinos à associação mais estreita e à uniformidade na religião, confissão da fé, forma de governo eclesiástico, diretório para o culto e catequese; para que nós, e nossa posteridade depois de nós, possamos, como irmãos, viver em fé e amor, e para que o Senhor possa comprazer-se em habitar no meio de nós.
II. Que nós igualmente iremos, sem acepção de pessoas, nos esforçar pela extirpação do papismo, prelazia (isto é, o governo eclesiástico mediante Arcebispos, Bispos, seus Chanceleres, e Comissários, Deões e Cabildos, Arquidiáconos e todos os outros oficiais eclesiásticos que dependem dessa hierarquia), superstição, heresia, cisma, profanidade e tudo o que se descubra ser contrário à sã doutrina e ao poder da piedade, para que não participemos dos pecados de outros homens, e assim fiquemos em perigo de receber as suas pragas; e para que o Senhor possa ser um, e o seu nome um, nos três reinos.
III. Com a mesma sinceridade, realidade e constância, iremos, em nossas várias vocações, nos esforçar, com nossos bens e vidas, por preservar mutuamente os direitos e privilégios dos Parlamentos, e as liberdades dos reinos; e por preservar e defender a pessoa e a autoridade da Majestade Real, na preservação e defesa da verdadeira religião, e as liberdades dos reinos; para que o mundo possa dar testemunho, com as nossas consciências, da nossa lealdade, e para que não tenhamos outros pensamentos ou intenções de diminuir o justo poder e grandeza de sua Majestade.
IV. Também, com toda a fidelidade, nos esforçaremos por descobrir todos os que têm sido ou serão instrumentos incendiários, malignos e ímpios, impedindo a reforma da religião, separando o rei do seu povo, ou um dos reinos do outro, ou criando quaisquer facções ou partidos entre o povo, contrários a esta Liga e Pacto, para que possam ser levados a julgamento público, e recebam uma punição condigna, conforme o grau de suas ofensas exigir ou merecer, ou julgarem conveniente os supremos judicatórios de ambos os reinos respectivamente, ou outros que deles recebam autoridade para tal fim.
V. E considerando que a felicidade de uma paz bendita entre estes reinos, negada em ocasiões anteriores aos nossos progenitores, e pela boa providência de Deus concedida a nós, tendo sido ultimamente concluída e estabelecida por ambos os Parlamentos, iremos, cada um de nós, de acordo com nosso lugar e interesse, nos esforçar para que eles possam permanecer conjugados em uma firme paz e união para toda a posteridade, e para que a justiça possa ser feita contra os opositores deliberados da mesma, da maneira expressa no artigo antecedente.
VI. Nós também iremos, de acordo com nossos lugares e chamados, nesta causa comum da religião, liberdade e paz dos reinos, assistir e defender todos aqueles que entrarem nesta Liga e Pacto, na manutenção e promoção da mesma, e não permitiremos que nós mesmos, direta ou indiretamente, por qualquer combinação, persuasão ou terror, sejamos divididos e nos afastemos desta bendita união e associação, seja para debandar para a parte contrária, seja para nos entregar a uma indiferença ou neutralidade detestável nesta causa que está tão voltada para a glória de Deus, o bem do reino e a honra do Rei, mas iremos, todos os dias de nossas vidas, zelosa e constantemente permanecer nela contra toda oposição, e promovê-la, segundo a nossa capacidade, contra todas as dificuldades e impedimentos quaisquer que sejam; e o que não formos capazes nós mesmos de suprimir ou vencer, nós revelaremos e tornaremos conhecido, para que possa oportunamente ser impedido ou afastado; tudo isso faremos como aos olhos de Deus.
E porque estes reinos são culpados de muitos pecados e provocações contra Deus, e o seu Filho Jesus Cristo, como é muito manifesto por nossas presentes aflições e perigos, que são frutos dos mesmos, nós professamos e declaramos, diante de Deus e do mundo, nosso desejo sincero de ser humilhados por causa de nossos próprios pecados, e pelos pecados destes reinos: especialmente pelo fato de que não temos valorizado como deveríamos o inestimável benefício do evangelho; pelo fato de que não temos trabalhado por sua pureza e poder; e de que não temos nos esforçado para receber a Cristo em nossos corações, de não andarmos de modo digno dele em nossas vidas, que são as causas de outros pecados e transgressões que tanto proliferam entre nós; e nosso verdadeiro e sincero propósito, desejo e esforço quanto a nós mesmos, e a todos os outros que estão sob o nosso poder e autoridade, tanto em público como em particular, em todos os deveres que temos para com Deus e os homens, para corrigir as nossas vidas e cada um ir preceder o outro no exemplo de uma verdadeira reforma, para que o Senhor possa afastar a sua ira e forte indignação, e estabelecer estas igrejas e reinos em verdade e paz. E este Pacto nós fazemos na presença de Deus todo-poderoso, o Perscrutador de todos os corações, com uma verdadeira intenção de observá-lo, visto que responderemos no grande dia, quando os segredos de todos os corações forem revelados, mui humildemente rogando ao Senhor para nos fortalecer pelo seu Santo Espírito para esse fim, e para abençoar os nossos desejos e procedimentos com tal êxito que possa redundar em libertação e segurança para o seu povo, e encorajamento para outras igrejas cristãs, que sofrem, ou estão em perigo de sofrer, sob o jugo da tirania anticristã, para se unirem na mesma associação e pacto, ou algo semelhante, para a Glória de Deus, a ampliação do reino de Jesus Cristo, e a paz e tranquilidade dos reinos e comunidades cristãos.