IPB: História e Identidade
Curadoria dos Museus da IPB

Artigo da filha de Simonton

Óculos para cristãos míopes

Helen Murdoch Simonton

Existe grande número de cristãos míopes. Eles só podem ver o que está bem debaixo do seu nariz e, uma vez que para eles ver é crer, sua crença está limitada pela estreiteza de sua visão. É inútil argumentar com tais pessoas sobre o dever de sustentar as Missões Estrangeiras, assim como não se deve esperar que uma pessoa míope admire a Via Láctea. Eles falam sobre a caridade começar “em casa” e sobre os pagãos “em nossas portas”, assim como os outros só podem ver a luz das lâmpadas das ruas. Existe apenas uma cura para essa deformidade: óculos, óculos fortes. Esses óculos são compostos de duas lentes, Fatos e Fé.

A lente dos Fatos é constituída daquilo que já foi feito pela difusão do evangelho e do que está se fazendo agora. O material deve ser obtido pelo estudo de cada país e nação a que o evangelho tenha sido levado; de como e onde ele entrou, sua taxa de crescimento, seus resultados morais, mentais, físicos, sociais e políticos. Acima de tudo, pode ser achado por meio de leituras sobre as vidas e testemunhos de homem que um dia foram pagãos. Então, aos Fatos se deve acrescentar a outra lente, a Fé. Fé na obra do Espírito Santo, fé nas promessas de Deus, na redenção da humanidade, no triunfo da igreja e fé na justiça e no amor de Deus.

Agora, aplique essas duas lentes aos olhos de um cristão míope e qual será o resultado? Visão perfeita. Uma visão que, como um holofote, se volta ao passado para a queda da humanidade e a promessa então feita; que, iluminando cada marco ao longo do caminho, volta-se para o futuro, para o casamento da Noiva, a esposa do Cordeiro, quando todas as nações, povos e línguas se unirão no cântico universal de louvor “àquele que se assenta no trono e ao Cordeiro”.

Ofereço esses óculos a todos os que não creem em Missões Estrangeiras. Se você utilizá-los e se unir aos propósitos de Deus, a ele seja a glória. Se você recusá-los, a glória ainda será dele, mas você não terá parte em tornar isso uma realidade.

Nota biográfica:

A autora dessa breve e valiosa reflexão foi a única filha do Rev. Ashbel Green Simonton, que recebeu o mesmo nome da mãe. Ela nasceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1864 e poucos dias depois sua mãe faleceu aos 30 anos. Helen foi criada inicialmente no Rio de Janeiro e depois em São Paulo, pelos tios paternos Elizabeth Simonton Blackford e Rev. Alexander L. Blackford. Aos três anos e meio, com a morte do pai, foi levada para Baltimore, no Estado de Maryland, onde ficou sob os cuidados da avó Mary Cole Murdoch e das tias. Nunca se casou e residiu durante a maior parte da vida com sua prima Charlotte M. Jamieson. Ao longo dos anos, participou ativamente da igreja presbiteriana. Em 1896, por exemplo, foi eleita secretária das Sociedades do Esforço Cristão de Baltimore, no âmbito do sínodo local. Faleceu no dia 7 de janeiro de 1952, aos 87 anos. O artigo “Spectacles for near-sighted Christians” foi publicado na revista Woman’s Work for Woman (maio de 1900, p. 134s). Essa revista era uma publicação das Sociedades Missionárias Estrangeiras Femininas da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América (Alderi S. Matos).

Rev. Ashbel Green Simonton e filha
Helen Murdoch Simonton (filha)
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