Em 1869, dez anos após a chegada de Simonton, o presbiterianismo brasileiro ainda era diminuto. Uma estatística daquele ano informava que o número de fiéis era de apenas 279, distribuídos em 6 igrejas: Rio de Janeiro (98 membros), São Paulo (40), Brotas (116), Lorena (6), Borda da Mata (14) e Sorocaba (5). Havia um presbitério e 8 obreiros, incluindo os dois da Igreja do Sul que chegaram naquele ano – Morton e Lane (J. A. Ferreira, História da IPB, 3ª ed., I:85).
Quase vinte anos depois, na época em que o Sínodo Presbiteriano foi organizado (1888), o crescimento tinha sido significativo, após três décadas de trabalho. Havia 60 igrejas organizadas, três presbitérios e um total de 2.947 membros comungantes (R. L. McIntire, Portrait of half a century, cap. 8, p. 7). Havia 32 obreiros no campo, sendo 12 da Igreja do Norte (PCUSA), 8 da Igreja do Sul (PCUS) e 12 ministros nacionais (Lessa, Anais, 2ª ed., p. 276).
Com a divisão de 1903, a IPB sofreu grande perda de ministros, igrejas e fiéis. Porém, os anos seguintes mostraram notável recuperação. Em 1906, o número de igrejas havia subido para 77 em 6 presbitérios. Porém a estatística oficial só possuía os dados de 62 delas, que apontavam os seguintes números: Presbitério do Rio de Janeiro: 9 igrejas com 1.125 membros; Presbitério de São Paulo: 15 igrejas – 1.121; Presbitério Oeste de São Paulo: 9 igrejas – 994; Presbitério de Minas: 8 igrejas – 361; Presbitério de Sul: 6 igrejas – 440; Presbitério de Pernambuco: 15 igrejas – 1.993. Total de membros: 6.034. No triênio 1903-1905 foram recebidas nas 62 igrejas 1.779 pessoas e 647 no ano de 1905-1906 (Ferreira, História da IPB, II:37).
Uma estatística de pouco tempo antes da organização da Assembleia Geral (1910) acusava os seguintes números para as igrejas evangélicas do Brasil: Presbiterianos – 9 mil; Presbiterianos Independentes – 5 mil; Metodistas – 6 mil; Batistas – 5 mil; Episcopais – cerca de mil (Atas da Assembleia Geral, 1910). Júlio Andrade Ferreira observa que nessa época a Igreja Presbiteriana estava na vanguarda (Ferreira, História da IPB, II:101).
Em 1915, a IPB contava com 102 igrejas (Ferreira, II:162). Uma década depois (1926), o crescimento dos seis anos anteriores alcançara um acréscimo de 50%. A IPB possuía 23.131 membros comungantes; 19.672 não comungantes, 97 ministros, 21 candidatos ao ministério, 874 pontos de pregação, 204 igrejas organizadas e 334 escolas dominicais com 17.713 alunos (William R. Read, Fermento religioso nas massas do Brasil, p. 76).
Em 1950, o Rev. Benjamim César fez um valioso levantamento, observando: “Reconheço que a igreja cresce, sim. Em 1916 contávamos 13.572 membros comungantes apenas! Em 1946 já tínhamos 55.468; presentemente já devemos ter mais de 64.000, pois creio ter havido, no mínimo, 4.000 profissões em 1949”. Todavia, ele concluiu que, em comparação com outros grupos, o crescimento da igreja estava sendo lento (Ferreira, II:354).
Paul E. Pierson apresenta a evolução do número de membros da IPB em quase quatro décadas (1910-1948), comparando-o com outros grupos: 1910 – 10.000; 1917 – 15.198; 1921 – 18.493; 1923 – 21.129; 1929 – 29.503; 1931 – 32.500; 1941 – 43.976; 1943 – 47.725; 1945 – 50.193; 1946 – 52.191; 1947 – 55.018; 1948 – 59.404. Nesse mesmo período, os batistas passaram de 7.000 em 1910 para quase 85.000 em 1947, ou seja, os presbiterianos se multiplicaram por seis e os batistas por doze (A Younger Church, p. 179).
Em 1958, o primeiro número do Brasil Presbiteriano apresentou os dados parciais da estatística da IPB referentes ao ano anterior: 489 igrejas locais, 61 congregações presbiteriais, 812 congregações de igrejas, 2.101 pontos de pregação e 106 escolas com 10.700 alunos matriculados. Quanto ao pessoal, havia 369 ministros, 15 licenciados, 127 candidatos, 76 evangelistas, 2.163 presbíteros e 2.041 diáconos. Os membros comungantes eram 89.741 e os não comungantes 71.650, totalizando pouco mais de 160 mil adeptos. Havia ainda 1.502 escolas dominicais com 117.018 alunos. As sociedades domésticas compreendiam 337 de juvenis com 9.688 membros; 543 UMPs com 15.598 membros; 685 SAFs com 21.238 sócias e outras sociedades com 10.673 participantes. Havia 957 casas de oração, 214 casas pastorais e 588 outras propriedades (A. S. Matos, Igreja peregrina, p. 36).
Em 1966, o Rev. Boanerges Ribeiro, presidente do Supremo Concílio e redator-chefe do periódico oficial, comentando os dados estatísticos das décadas recentes, observou que o crescimento da igreja estava sendo lento. No período 1941-1945, os membros comungantes passaram de 44.000 para 50.000; em 1945-1953, de 50.000 para 74.000; em 1961 atingiu-se a marca de 99.000 membros e em 1965, de 110.000. Assim, à exceção do período 1945-1953, em que houve um crescimento de 8% ao ano, nos outros ele ficou entre 3 e 4%. Ainda assim, em março de 1968, o jornal da igreja informava que estava sendo inaugurado um novo templo por semana e que a cada ano havia um acréscimo de 10 mil membros comungantes e não comungantes, o dobro do crescimento demográfico nacional em termos percentuais (Matos, Igreja peregrina, p. 87).
Em 1978, a estatística oficial apontou os seguintes números: 15 sínodos, 88 presbitérios, 1.013 igrejas, 1.211 congregações (presbiteriais e de igrejas), 728 ministros, 145.454 membros comungantes e 107.057 membros não comungantes, totalizando 252.511 fiéis. O Sínodo do Rio Doce tinha o maior número de membros comungantes (18.590) e não comungantes (17.757); o Sínodo Meridional, o maior número de igrejas (99); o Sínodo Brasil Central, o maior número de ministros (73) e o Sínodo Fluminense, o maior número de presbitérios (10) (Matos, Igreja peregrina, p. 132).
Em 1981, numa conferência sobre evangelização com representantes da IPB e da PCUS, as estatísticas apresentadas indicavam que de 1910 a 1980 a população brasileira havia crescido seis vezes (de 20 para 120 milhões), enquanto que a IPB cresceu 25 vezes (de 10 mil para 250 mil membros). Em 1980, o índice de crescimento demográfico do Brasil foi de 2,47%, ao passo que a igreja cresceu 4,6% (Matos, Igreja peregrina, p. 143).
Em 1982, a IPB contava com 25 sínodos, 108 presbitérios, 1.099 igrejas, 1.277 congregações, 889 ministros, 168.454 membros comungantes e 108.165 não comungantes (total: 276.619). Em 1984, a estatística oficial apontava 27 sínodos, 112 presbitérios, 1.437 igrejas, 179.735 membros comungantes e 108.040 não comungantes (total: 287.775). Enquanto o número de comungantes aumentou em mais de onze mil em dois anos, o de não comungantes diminuiu (Igreja peregrina, p. 153).
A estatística referente a 1993 apontava a existência de 45 sínodos, 182 presbitérios, 1.554 igrejas, 1.550 pastores, 146.000 membros comungantes, 66.000 não comungantes, total: 212.000.136. Já os dados de 1996 apontavam a existência de 50 sínodos, 199 presbitérios, 1722 igrejas, 1903 congregações (presbiteriais e de igrejas), 2057 pastores e 259.730 membros comungantes (Igreja peregrina, p. 207, 228). Os números de membros mostram um acentuado declínio em relação aos anos 80, o que parece indicar problemas na obtenção de informações estatísticas seguras, algo que vem se perpetuando ao longo do tempo.
A estatística estimativa referente a 2001, obtida a partir de dados de quase metade dos presbitérios, apontou 228 presbitérios, 2.094 igrejas, 2.542 pastores, 356.021 membros comungantes, 117.704 membros não-comungantes e 473.725 membros totais (Igreja peregrina, p. 253). A estatística de 2002 apontou a existência de 60 sínodos, 228 presbitérios, 2.030 igrejas, 2.244 congregações e 502.887 membros. Alguns presbitérios se destacavam pelo maior número de igrejas: Itapemirim (23); de pastores: Americana (34); de membros: Rio de Janeiro (6.914), e de alunos na escola dominical: Amazonas (4.834). A estatística de 2003 falava em 60 Sínodos, 236 Presbitérios, 2.383 igrejas, 3.927 congregações, 3.908 pastores e 536.503 membros comungantes e não comungantes.
Em 2005 havia 63 sínodos, 261 presbitérios e 2.498 igrejas. Um levantamento detalhado feito pela Secretaria Executiva quanto ao período 1993-2003 ressaltou um crescimento de 70% no número de membros da igreja. Outro estudo constatou que a média de igrejas por presbitério tinha se mantido estável desde 1973, mas que a média de igrejas por sínodo havia sofrido contínuo decréscimo, o que parecia indicar uma proliferação excessiva desses concílios. O fato é que, em todos esses dados, só havia certeza quanto ao número de sínodos e presbitérios. Tudo o mais dependia de estimativas em virtude do não envio de informações pela maior parte das igrejas (Igreja peregrina, p. 280).
A estatística oficial referente a 2008 apontou 4.212 igrejas, 4.053 congregações, 2.606 pontos de pregação, 6.247 pastores ativos, 229 licenciados, 20.706 presbíteros, 26.759 diáconos, 1.618 evangelistas, 2.247 missionários, 1.247 candidatos, 54.153 sócios da UCP, 48.406 da UPA, 66.376 da UMP, 108.912 da SAF, 38.159 da UPH, outros: 43.182, alunos da escola dominical: 597.324, membros comungantes: 614.824, não comungantes: 173.729; total de membros: 788.553. Infelizmente, esses números eram bastante relativos porque consistiam em estimativas feitas a partir dos dados enviados por apenas um quinto das igrejas.
Um exemplo dessa dificuldade pode ser ilustrado com o número de igrejas. Pelos cálculos da Secretaria Executiva do Supremo Concílio, elas eram 4.212 em 2008. No mesmo ano, o cadastro da Tesouraria do SC-IPB incluía 2.570 igrejas (das quais cerca de 1.500 enviaram dízimos ao Supremo Concílio). O Anuário da IPB arrolava 2.296 igrejas. Se o número da SE-SC estivesse correto, haveria uma média de quase 17 igrejas por presbitério, o que certamente não correspondia à realidade. Quanto ao número de membros, era mais provável que se situasse em torno de 500 mil. Havia a expectativa de que o Censo Presbiteriano viesse a esclarecer essas questões (Igreja peregrina, p. 306).
Em junho de 2024, o site da SE-SC/IPB apresenta a projeção estatística no período 2004-2016 e os dados numéricos referentes a 2021 – igrejas: 2.995; congregações: 2.425; pontos de pregação: 940; pastores: 4.915; licenciados: 147; presbíteros: 13.186; diáconos: 17.741; evangelistas: 814; missionários: 1.521; membros comungantes: 550.749; membros não comungantes: 152.198; total de membros: 702.947. O iCalvinus aponta 4.266 igrejas e congregações, 5.202 pastores, 383 presbitérios e 90 sínodos.
Há necessidade de estudos técnicos criteriosos sobre esses números e sobre as maneiras pelas quais a IPB poderá obter dados estatísticos mais realistas e confiáveis, porque essas informações são de grande importância para a avaliação da caminhada da igreja, do trabalho que está sendo realizado e das correções de rota que precisam ser feitas. Ao contrário de décadas passados, quando a igreja chegou a ter um crescimento anual de 8%, posteriormente ficou entre 3 e 4% e hoje estaria abaixo de 2%. Uma questão premente é refletir se as taxas de crescimento da igreja justificam a proliferação de presbitérios e sínodos que vem ocorrendo nas últimas décadas.
Evolução do número de membros (MC – comungantes; NC – não comungantes):
1869 – 279 MC (6 igrejas, 1 presbitério)
1888 – 2.947 MC (60 igrejas, 3 presbitérios, 1 sínodo)
1906 – 6.034 MC (62 igrejas de um total de 77, 6 presbitérios, 1 sínodo)
1910 – 9.000 MC
1915 – 13.572 MC (102 igrejas)
1926 – 23.131 MC (+19.672 NC, 204 igrejas)
1946 – 55.468 MC
1958 – 89.741 MC (71.650 NC, 489 igrejas)
1965 – 110.000 MC
1978 – 145.454 MC (+107.057 NC, 1.103 igrejas, 88 presbitérios, 15 sínodos)
1996 – 259.730 MC (1.722 igrejas, 199 presbitérios, 50 sínodos)
2004 – 360.261 MC (+113.337 NC, 2.242 igrejas)
2016 – 507.933 MC (+141.577 NC, 2.805 igrejas)
2021 – 550.749 MC (+152.198 NC, total: 702.947 membros, 2.995 igrejas, 383 presbitérios, 90 sínodos)